segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Troglóbios: o que são?


             O que são animais troglóbios? E trogloxenos? Quais as diferenças entre eles? Ok, os nomes podem assustar um pouco, mas suas definições são bem simples. Além disso, são fundamentais para entender o funcionamento dos ecossistemas cavernícolas, que é exatamente um dos objetivos desse blog.

             Bem, vamos por partes. A troglofauna é dividida em três grupos menores: trogrófilos, trogloxenos e troglóbios, termos usados para definir categorias ecológicas que são frequentemente confundidos. Essa classificação é feita de acordo com os hábitos relacionados ao ambiente onde esses animais passam seus ciclos de vida.


            Os animais troglófilos são aqueles que podem sobreviver tanto em habitats acima do solo (meio epígeo), quanto em uma caverna (meio hipógeo), normalmente usando-a para abrigo ou reprodução. Ao contrário dos outros componentes da troglofauna, geralmente mantém alguns dos seus sentidos, como a pigmentação e visão parciais. São exemplo alguns crustáceos, aracnídeos e insetos.


            Os trogloxenos, enquanto isso, utilizam as cavernas como locais de abrigo, reprodução ou alimentação, mas dependem de saídas periódicas ao meio epígeo para completar seus ciclos de vida. Todos os
mamíferos cavernícolas podem ser classificados nesse grupo. Os principais trogloxenos são os morcegos, mas outros exemplos incluem algumas espécies de roedores e serpentes.

        Finalmente, os troglóbios são aqueles que vivem e dependem exclusivamente do ambiente cavernícola, não sobrevivendo fora dele. Algumas das adaptações e características destes incluem um elevado senso de audição, tato e olfato. A perda de sentidos sub-utilizados resulta na falta de pigmentação, assim como na redução ou mesmo ausência de olhos . Os insetos não têm asas e, por viverem em um ambiente com pouco oxigênio e comida escassa, os troglóbios têm metabolismo muito baixo e são sedentários. Dentro dessa categoria, os organismos aquáticos são chamados de ‘stygobites’ (palavra em inglês sem tradução), componentes da estigofauna, tema que foi abordado alguns posts abaixo.

         Basicamente, é isso. Esses são alguns dos fascinantes animais que habitam as cavernas.


Isadora Abrahão

domingo, 7 de outubro de 2012

Espeleotemas

           Temos diversas belas imagens dos Espeleotemas que encontramos nas cavernas do Petar! Decidimos fazer um apanhado para que todos possam ver as melhores :D











Ecoturismo: O que tem sido feito?


    Já foi postado aqui no Petar N'Artéria o que é o Ecoturismo, e como ele 'ocorre' na região do Petar (visitada pelos alunos). Mas como tudo começou? Existem leis para isso? Será que o Ecoturismo só pode trazer benefícios? Se não, quais seriam os possíveis riscos aos nossos belos Ecossistemas se ocorrer uma falta de cuidado e de uma legislação que organize tudo isso?
      Na década de 80 o Ecoturismo começou a chamar atenção, no setor turístico do Brasil, sendo que na década de 90, chamou ainda mais, graças a grande visibilidade ás questões ambientais que o país e o mundo começaram a  dar. Com o objetivo de aproveitar melhor o potencial do nosso território e regularizar as atividades ecoturísticas, foi criado em 87 a Comissão Técnica Nacional, do projeto Turismo Ecológico da EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo) junto com o IBAMA. Em 1993 a primeira organização da sociedade civil, ou seja sem fins lucrativos, foi criada: o Instituto EcoBrasil, voltado para aumentar as atividades de ecoturismo focando-se na capacitação de profissionais, empresários e implementação de estudos ou projetos. Em 1994 foram criadas as 'Diretrizes para a Política do Programa Nacional de Ecoturismo', que discute sobre o potencial turístico do país, os marcos de referencia internacional e as possíveis vantagens do turismo bem organizado, além dos impactos negativos que ele pode trazer. Foi junto com essas diretrizes que o conceito de Ecoturismo foi definido, além de que ocorreu também uma tentativa de norteamento para que o Ecoturismo possa se desenvolver bem. Para saber mais, de forma simples e completa, sobre o que elas trouxeram de benefício para  a questão abordada na postagem clique aqui
      Em 1995 foi criado o IEB, Instituto de Ecoturismo do Brasil, além de ter sido escrita a Carta de Lanzarote, durante a Conferência Mundial de Turismo Sustentável, nas Ilhas Canárias, que lançou um apelo ao mundo para que medidas fossem tomadas para garantir o desenvolvimento turístico de maneira sustentável e não prejudicial.

      No ano de 2000 o 'Acordo de  Monhok', evento ocorrido entre 17 a 19 de novembro em New Paltz, EUA, definiu Ecoturismo como “turismo sustentável em áreas naturais, que beneficia o meio ambiente e as comunidades visitadas e que promove o aprendizado, respeito e consciência sobre aspectos ambientais e culturais.” Além disso, o acordo definiu os princípios do ecoturismo e padrões a serem respeitados voluntariamente pelas empresas do ramo turístico. A “Declaração de Ecoturismo de Quebec”, aprovada 2002 pela UNEP e pela OMT, oficializou o ano de 2002 como o “Ano Internacional do Turismo”. 



      Entretanto, a atividade de ecoturismo no Brasil ainda necessita de muita atenção. Segundo um estudo publicado pela consultoria do mercado de hotelaria espanhol “Chias Marketing” o Brasil ainda não aproveita todo o potencial ecoturístico que possui e a maioria dos hotéis e resorts que se dizem sustentáveis têm suas ações limitadas à reciclagem do lixo e outras ações esporádicas. E não é só com os turistas que devemos nos importar; cada área que possa ser utilizada para o Ecoturismo deve ser previamente estudada, para saber ao certo o que poderá ser realizado lá, o que trará benefícios para o local e o que fará mal. Muitos locais de Ecoturismo como as Cavernas do Petar, levaram milhões de anos para se formar, porém, levam-se meses para serem abalados. Um exemplo disso são as pessoas que ao visitarem cavernas, levavam pedaços de espeleotemas para casa, danificando o local. É necessário que seja, portanto, tudo bem analisado antes de um local ser aberto ao público.



Para saber mais sobre o que está acontecendo, é só clicar

Chiara Guttieri




sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Formação dos Espeleotemas

    Um dos motivos pelos quais adoramos tanto cavernas é a possibilidade de apreciar de perto as formações rochosas, 'esculturas', as 'obras primas naturais' dentro delas. O nome correto para elas é Espeleotemas. Entre eles existem diversos tipos: Estalactites e Estalagmites, sendo os 'principais' caracterizantes, referentes ao local em que se formam. Há várias outras formações que recebem nomes próprios: Cortinas, Colunas, Couves-Flor e as Flores.



    Como elas são formadas? Como as cavernas, os espeleotemas são formados a partir da água proveniente de rios ou da chuva que vai abrindo frestas na cobertura rochosa, dissolvendo o Calcário. O processo começa pela combinação da água da chuva ou de rios superficiais, com o dióxido de carbono, que pode ser proveniente da atmosfera ou das raízes da vegetação que liberam o CO2 no solo. Isso formará o acido carbônico ou água acidulada, que ira penetrar nas fendas das rochas, e dissolver o calcário formando assim o bicarbonato de cálcio (Ca(HCO3)2), que é facilmente transportado pela água. Essa água, ao chegar a uma cavidade subterrânea (a caverna), gotas ficam penduradas no teto, até que atinjam um peso e um volume suficiente pra cair. Entre esse período, ocorre a liberação do gás carbônico, dentro da caverna, com isso ocorre a precipitação de uma parte do bicarbonato dissolveu. Assim formando-se os primeiros cristais de carbonato de cálcio (CaCo3).





As Estalagmites são formadas, através da gota que cai, porque a mesma carrega consigo bicarbonato de cálcio em solução, o qual vai sendo acumulado no piso logo abaixo, formando uma estalagmite. As Estalactites, vão se formando enquanto não a gota não chega ao solo.



Cortinas: formadas em tetos inclinados, em que a água não goteja, mas ao escorrer obliquamente permite a precipitação de filetes de carbonato de cálcio. Com isso cria-se finas paredes de rochas
 
que aos poucos vão ficando mais grosso, assim formando as cortinas cheias de ondulação.



Colunas: têm a formação calcaria em forma cilíndrica, por causa da união de uma estalagmite com uma estalactite, que vão crescer na mesma direção porem em sentidos oposto.



Couve flor: como o nome já diz ela tem a formação, semelhante a uma couve flor, ela resulta dos salpicos da água na rocha, ou também devido a infiltração da água. Ela também é conhecida como coral.  


Excêntricas: elas se formam em tetos e paredes, no chão e até mesmo em cima de outros espeleotemas, não seguem um caminho de crescimento vertical, assim desafiando a lei da gravidade. 


Flores: são cristalizações de aragonita, calcita ou gipsita, que se formam a partir de um ponto central ou de um eixo em todas as direções. Algumas são esféricas semelhantes a um dente de leão, já outras lembram cachos de flores ou flocos de algodão. 



Cascatas: são o nome genérico das formações originadas pelo escoamento, por paredes inclinadas ou verticais, do depósito essencialmente de carbonato de cálcio com volume importante.

Leonardo Egito









quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Como tudo começou - História Geológica

         Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), criado em 1958, representa uma grande área de conservação com 35.102,8 hectares, localizada em região serrana, mais precisamente na alta margem esquerda do curso do Rio Ribeira, passando pelos municípios de Apiaí e Iporanga, sul do estado de São Paulo. Em seu passado colonial foi alvo de expedições pioneiras em busca de ouro.

Os terrenos cársticos do PETAR se destacam pela vasta área aquática, com rios que percorrem e desgastam o interior de cavernas, onde ocorre a formação de zonas vadosas de até 60 m, lugares onde a água corre livremente, sendo comum a incidência de cavernas verticais (abismos) e grandes salões, fatores que diferenciam o Vale do Ribeira das demais áreas cársticas do Brasil.

Entre cerca de 200 cavernas conhecidas na região do PETAR, todas com uma grande variedade morfológica de espeleotemas, ressalta-se a caverna Santana, com 6,5 km de condutos já mapeados por exploradores. As rochas carbonáticas da área pertencem ao Subgrupo Lajeado, do Proterozóco Médio. A importância ambiental desta área é suportada pela associação entre  uma densa mata tropical (Mata Atlântica), em grande parte preservada, relevo de encosta em ambiente subtropical úmido, e grandes sistemas de cavernas que abrigam paisagens subterrâneas únicas.
Thiago Meneses

Ecoturismo no Petar

  
        

 O Parque Estadual do alto da ribeira, localizado no sul do Estado de SP, entre as cidades de Apiaí e Iporanga, é composto por mais de 300 cavernas, dezenas de cachoeiras, além de comunidades tradicionais quilombolas, sítios arqueológicos, paleontológicos, contando com a maior quantidade de mata altlântica preservada.





Todos esses aspectos acima descritos fazem do PETAR, um paraíso para turistas, tanto estrangeiros quanto para turistas locais. O visitante pode visitar cavernas com diferentes características , se banhar em cachoeiras e rios de águas cristalinas, praticar esportes de aventura (como bóia cross, cascading e rapel de até 130 metros na entrada de uma caverna), fazer trilhas em plena Mata Atlântica de curta/média ou longa duração, praticar o bird watching, enfim, a região oferece opções para todas as idades e gostos, além disso o visitante também pode conhecer milhares de espécies de animais, plantas e microorganismos, muitas delas ainda nem descritas pela Ciência.

Portanto, podemos perceber que o PETAR é realmente um excelente lugar para visitas, reunindo um ótimo espaço de lazer, estudo e também estadia.




Gabriel Nagamine

O que é Ecoturismo?

          

     
O ecoturismo é um segmento do turismo voltado para as atividades de férias, esportivas ou educacionais no meio natural de forma a preservar a natureza e a cultura do lugar visitado. O ecoturismo é ainda uma forma de despertar a consciência ecológica dos turistas através dos ensinamentos e dos guias e da interpretação e integração com o ambiente e com as pessoas que vivem ali, dando uma qualidade de vida para a natureza melhor, tanto para o visitante quanto para a população ou local visitado.


       O ecoturismo é diferente do chamado “turismo de massa”, pois enquanto o turismo tem seus objetivos voltados para maior obtenção de dinheiro através da atração do maior número possível de turistas, o ecoturismo quer com que o meio ambiente tenha os melhores resultados. No ecoturismo o numero de turistas pode até mesmo ser limitado com a o ideia de preservar a área que esta sendo vista pelas pessoas naquela expedição.





Carlos Maroni

Estigofauna

                  Além dos animais troglóbios que habitam as cavernas também podemos observar outro grupo, que compõe a estigofauna. Este, se designa a animais aquáticos que passam sua vida inteira no ambiente cavernícola. Logo animais troglóbios podem ou não fazer parte da estigofauna, enquanto todos os animais que pertencem a esse grupo são considerados troglóbios.

Os troglóbios aquáticos são encontrados principalmente em cavernas de climas tropicais e subtropicais, o que coloca o Brasil como um grande portador de estigofauna. Assim como os troglóbios em geral, os animais aquáticos de caverna tem todos os sentidos adaptados para a escuridão total. Audição e tato são sentidos extremamente eficientes quando relacionados aos animais cavernícolas em geral, já a visão não se faz necessária. Na maioria das vezes há  ausência de olhos, isso é suprido pela presença de um órgão químico, que vai ajudar o animal a se orientar no ambiente.


Grande parte dos animais pertencentes a estigofauna nas cavernas são peixes de pequeno porte. Estes apresentam características diferentes das dos seus semelhantes de rios e lagos por exemplo. Na caverna os peixes ocupam o topo da cadeia alimentar, ou seja não tem predadores naturais. Com isso, tais peixes não possuem comportamento agressivo, já que dificilmente são expostos a situações de perigo, e o hábito de nadar em cardumes foi eliminado. A falta de predadores fez com que não seja mais necessário tentar confundir outros peixes, proposito principal de tal estratégia.

É importante saber que animais troglóbios, por viver muito adentro das cavernas, não estão suscetíveis as variações humanas. Por isso as instituições de preservação, como o IBAMA, devem manter os olhos abertos em relação a proteção desses ecossistemas. É valido lembrar que alterando o ambiente cavernícola também se alterará o ambiente exterior, criando assim uma sucessão de alterações.  Essas mudanças são totalmente indesejáveis para o meio ambiente.




Danilo Armelin

Como se formaram as cavernas do Petar

          

       Cavernas são principalmente cavidades formadas no interior da terra devido à ação geológica sobre rochas insolúveis, com fauna especifica. A região do Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira (PETAR) visitada pelo 1º ano do Colégio Rainha da Paz possui uma série de cavernas. Nesta postagem entenderemos como elas se formaram.

Primeiramente, deve-se entender que a região do Petar é uma formação geológica de rochas calcárias. O calcário é uma rocha formada por sedimentos, ou seja, restos, sob pressão. No caso da rocha sedimentar que forma aquela região, há fortes indícios que seja proveniente de restos de animas marinhos, que se depositaram no fundo do mar, e lá se compactaram. Isso pode ser comprovado se observada a caverna Santana, onde existe séries de listras, que são o resultado da compactação dos animais marinhos e com os movimentos das placas tectônicas, a camada de calcário, que antes se encontrava no fundo do mar, conseguiu emergir e formar a atual região do Petar, e que com o tempo formaria as cavernas.



O processo de formação das cavernas do Petar foi feito pela carstificação, este que ocorre em terrenos constituídos de rochas solúveis, nesse caso o calcário, onde a água da chuva ou de rios fará a dissolução da rocha. Ele começa pela combinação da água da chuva ou de rios superficiais, com o dióxido de carbono, que pode ser proveniente da atmosfera ou das raízes da vegetação que liberam o CO2 no solo. Isso formará o ácido carbônico ou água acidulada, que ira penetrar nas fendas das rochas, e dissolver o calcário formando assim o bicarbonato de cálcio (Ca(HCO3)2), que é facilmente transportado pela água. Conforme bicarbonato de cálcio é dissolvido pela água, as fendas irão se alargar, e se formará grandes galerias, onde a água passará a circular.

Abaixo encontram-se as equações químicas do processo de formação de cavernas: 

1.Acidulação da água (formação do ácido carbônico): 

H2O + CO2 resultando em H2CO3 

2.Dissolução da rocha pelo ácido carbônico:

H2CO3 + CaCO3 resultando em Ca(HCO3)2 

Como pode ser observado, estas duas equações são reversíveis, pois o processo inverso ocorrera na formação dos espeleotemas das cavernas.



Gustavo Pieroni


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Bem Vindos :)

Bem Vindos ao Petar N'Artéria! Este blog, criado pelos alunos do 1º ano B tem o objetivo de informar ao leitor um pouco mais sobre não só as cavernas do Petar, como também sobre cavernas em geral e o Ecosturismo, novo tipo de turismo muito famoso hoje em dia para os que curtem adrenalina n'artéria.
Esperamos que gostem!
Equipe Petar N'Artéria